quarta-feira, 8 de julho de 2009



DOCE ABISMO
Eu não te quero apenas como um corpo Cujo calor venha ao meu corpo dar prazer.Eu não te quero, linda e sensual,Como um troféu de caça a expor aos companheiros,Nem como um objeto de uso descartável.
Eu não te quero, como gueixa ou escrava,Para preencher minha carência amorosaE compensar a minha incompetência como amante.
É a tua orgulhosa, arrogante liberdade,O ar independente e provocante,A tua sincera e incondicional ternura,A argila áspera e sem medo de que és feitaQue eu desejo, ao meu lado, afrontandoO mundo hipócrita e frustrante em que vivemos.
É este gato brincalhão, cruel e rebelado,Porém, sensual, preciso e esperto,Que vive dentro da tua alma, que fascinaO meu espírito, apesar da cruel certezaDe que jamais terei esta ventura,Como jamais escaparei do abismoEm que lancei-me, ofuscado pelo que és.

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